Lula não teve nem tempo para retirar os fogos do armário. O placar eletrônico mal havia registrado a vitória acachapante do governo na votação da proposta sobre a nova regra fiscal e Arthur Lira apressou-se em avisar: o resultado elástico não serve para aferir a solidez da base de apoio parlamentar de Lula. Foi como se o imperador da Câmara declarasse, com outras palavras, mais ou menos o seguinte: a cada nova votação, o governo terá que ajoelhar no milho.
Generalizar é um hábito humano. Mas quem partir do placar de 372 votos a 108 para chegar a uma conclusão categórica sobre a solidez do apoio a Lula pode mesmo ser confundido com um extraterrestre —do tipo que desce no plenário da Câmara e, depois de verificar que o PL de Bolsonaro deu 30 votos para o governo e a bancada do PSOL votou 100% contra o Planalto, informa ao seu planeta que, no Brasil, a direita saiu de moda e a esquerda ainda não descobriu que toda ideologia precisa ser baseada num orçamento.
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