Foto: Waldemir Barreto/ Agência Senado
O STF fechou um acordo para não reagir diretamente aos ataques registrados nas conversas entre Jorge Kajuru e Bolsonaro, onde tratam o avanço do ministro Alexandre de Moraes.
Os ministros avaliaram que a conversa foi combinada, a fim de constrangê-los. Também concluíram que uma resposta agora aumentaria a tensão e beneficiaria apenas o presidente, que se faz de vítima.
Na próxima quarta (14) o plenário do STF deve referendar a liminar de Luís Roberto Barroso, que mandou instalar a CPI da Covid, que investigará o governo federal, onde os ministros pretendem mostrar que a corte está unida.
Senador nega: “Basta abrir meu sigilo telefônico”
O senador negou ao site "O Antagonista" que a conversa com o presidente tenha o intuito de constranger ministros do STF.
Em conversa divulgada ontem (11), Bolsonaro sugere aproveitar a CPI da Covid para "fazer do limão uma limonada". "Você tem de fazer do limão uma limonada. Tem de peticionar o Supremo para colocar em pauta o impeachment (de ministros) também", disse Bolsonaro durante a conversa.
"Basta abrir o meu sigilo telefônico e ver qual foi o político que conversou comigo", disse o senador a "O Antagonista". "Eu sempre deixei claro que gravo político. Depois ele fala uma coisa e eu passo por mentiroso. Como o meio político tem pássaros e porcos, você precisa ter cuidado. Agora, eu combinar? Eu não fiz teatro nenhum", afirmou Kajuru.
“Divulguei a conversa porque o presidente pediu”
Segundo o Jorge Kajuru disse a "O Antagonista", a divulgação do áudio em que Jair Bolsonaro ameaça agredir o senador Randolfe Rodrigues depois de uma provocação do presidente.
“Eu divulguei o áudio hoje porque ele pediu. Ele (Bolsonaro) disse que tinha falado mais coisas. Se ele falou que podia divulgar o restante da conversa, eu divulguei. Ontem não o fiz por achar que estas partes eram agressivas e desnecessárias”, afirmou o Kajuru.
“Antes de publicar a conversa, eu falei para ele que ia divulgar. Ele disse apenas: ‘então tá’. Eu divulguei o áudio porque imaginava que isso seria positivo para o presidente. Para mostrar que ele também era a favor da investigação, desde que se apurasse a responsabilidade de governadores e prefeitos. Foi uma conversa republicana. E não há nada mais republicano que divulgar uma conversa como esta”, declarou o parlamentar.
Foto: Waldemir Barreto/ Agência Senado