A Lei Áurea foi assinada em 13 de maio de 1888. O período em que pessoas eram escravizadas no Brasil, no entanto, ainda se estendeu por muitos anos, e deixa resquícios impossíveis de apagar. Mas, desde então, na história oficial, nas fotos que mais circulam sobre o último século, na arte e até mesmo na pesquisa acadêmica, as populações pretas parecem desaparecer.
“É como se a gente tivesse um hiato entre o final da escravidão e o momento atual. Ficou perdido o que aconteceu nesse inter”, diz Fabio Domingues, curador da exposição de fotos sobre pessoas negras de Juiz de Fora, chamada “Deu preto na memória”, que estreia na próxima quinta-feira no Espaço Cidade. Na formação de uma cidade como Juiz de Fora, que ainda hoje, de acordo com pesquisa realizada em 2018, é o terceiro município com maior desigualdade racial no Brasil, pouco se sabe sobre o papel da população negra, e pouco se diz. Nada é por acaso, como notam os especialistas entrevistados pela Tribuna nesta reportagem. Às vésperas do dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e no mês que trata desse tema, parte da população negra de Juiz de Fora mostra os esforços para recuperar a “memória apagada” de seus ancestrais.
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